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Re: gEDA-pt: Conversões...



Em Sex, 2006-07-28 às 12:11 -0300, Marcos Eduardo - Mak (SP/ZN) escreveu:
Grandes... me apresentando... Meu nome é Marcos Eduardo, vulgo Mak, e
faço projetos em diversas areas...

Faço minhas placas no Tango DOS 2.22 e esquemas no ORCAD 3.11... adoro a
dupla mas tá ficando complicado manter o pé no DOS por mais tempo...
como dizem por ai, A FILA ANDA! :-D

Tem quem ainda instale o TANGO DOS mesmo no Windows XP. Ah, e funciona muito bem. Também tem quem instale no DOS-EMU, sob Linux, o detalhe é que funciona melhor ainda, até melhor que no Win98!

Estou tentando mudar de CAD e buscando novos produtos para teste... mas
gostaria muito de importar minhas bibliotecas e designs anteriores sem
muita dor de cabeça... gEDA permite essa importação ou é muito
complicado??? alguem tem conhecimento de algum CAD eletronico que me
permita essa "façanha"?

Na realidade esse negócio de importar bibliotecas de componentes é uma coisa muito complicada. E pra falar a verdade ninguém possui uma ferramenta que funcione adequadamente nem mesmo entre softwares que são evolução um do outro. Calcule entre dois que simplesmente não possuem nenhum passado em comum, como o caso do TANGO DOS para o OrCAD, Picad, ou mesmo gEDA. Existem scripts malucos que tentam fazer algumas maravilhas... Um vez que o formato do arquivo do gEDA é uma informação pública e que alguns hackeam o formato de alguns softwares proprietários, tem quem faça coisas do tipo "importador" de desenhos do OrCad para o gEDA entre outras coisas. Mas aviso que o resultado não é bom mesmo.

Recomendo que você comece a operar com um novo programa EDA, Eletronic Design Automation (cad prara eletronica), a arranje um método conveniente de arquivar as suas velharias, em formatos originais mas também em formatos tipo PDF, PS, PLTs ou coisas assim.
Com o tempo, poucos projetos que você se obriga a reutilizar, então poderá abrir mão de reeditá-los no software antigo e recapturar na sua nova ferramenta, então será o momento de finalmente aposentar o antigo Software. Foi o que ocorreu conosco.

Para quem usa o TANGO DOS, Accel e outros softwares simples (afinal não são nenhum Mentor da vida!), obviamente como nova ferramenta EDA recomendo o gEDA. Sei que isso imputará a obrigatóriedade de uso do Linux, bom pra você, se livra de mais problemas ainda.

Mas existem outras alternativas, não só públicas mas também apenas "Free", que são as gratuítas mas sem código aberto.

Na escolha de aplicativos de código aberto mesmo, públicos, com licensa GPL, estamos utilizando um conjunto que por si monta uma solução:

* gEDA, pacote de softwares EDA, sendo:
    - gSchem para captura de diagramas;
    - gNetlist, faz NetList para o PCB e muitos outros softawares, inclusive TANGO DOS, mas também faz listas de peças entre outras de informações gerais de um diagrama;
    - demais outras ferramentas para verificações de erros de símbolos, diagramas, tarefas auxiliares.

Por isso você vê muito o termo gaf (GSchem And Friends). É que na verdade demorou, mas já existe o programa gEDA mesmo, que seria o software gestor de projetos, integrando todas as ferramentas, e por longo tempo tivemos apenas o gSchem e seus amigos. Na verdade até hoje só uso isso mesmo, nem uso o gEDA em si.

* PCB, software para desenho de circuito impresso, como é o mais utilizado pelos usuários do gSchem, é o que possui maior integração de informações, o próprio desenvolvimento do gPCB, que seria do pacote gEDA foi abortado pela pré-existência desta excelente ferramenta. Nós aqui costumamos simplesmente gerar a netlist do gSchem, abrir o PCB, inserir todos os componentes que serão utilizados e depois carregar o arquivo netlist. Mas já existe o script gschem2pcb que tenta automatizar isso. Uma iniciativa de se criar uma ferramente de eco entre os softwares é muito discutida, mas ainda inexistente. Com ela você poderá alterar coisas no PCB que afetarão os desenhos no gSchem, como pin-swap ou slot-swap, ou alteração de atributos como referência do componente e tal... Mas isso é muito complexo de se implementar... bem, nem notamos tamanha necessidade assim, seria apenas interessante, ao meu ver.
O PCB gera Gerbers, arquivos de furação, arquivos em formatos de impressão para documentação diretamente.

* GerberV, visualizador de Gerbers, pode visualizar Gerbers criados pelo PCB. Não é maravilhoso, mas serve para simples conferências.


Ainda faltam alguns detalhes em cada um destes softwares, mas a parte boa é que todos eles estão em franco desenvolvimento, nenhum é ainda um projeto esquecido ou largado de lado, como ocorreu com alguns projetos GPL. Essa adesão pela comunidade usuária e desenvolvedora internacional dá o aval para a garantia de futuro do projeto gEDA, do PCB e até do gerberV.

No meu ponto de vista, a melhor característica deste pacote de soluções é a produtividade. Por incrível que pareça, nem softwares caros e proprietários muito usados pelo pessoal chegam a ter níveis de produtividade tão bons... É incrível o volume produzido por hora trabalhada com estas ferramentas. É claro que isso vai muito do costume. E é claro que esta característica vem depois do belo e bom preço zero, senão eu comprava um Mentor ou coisa assim e deixava a máquina trabalhar por mim! (ou quase, nem tanto) Mas o fato que temos nos dado muitíssimo bem com o pacote e mais ainda por abandonar o ambiente Windows.


COMO SEMPRE... A MIGRAÇÃO DE PLATAFORMA
Quem quiser pode parar de ler o email agora, aqui... Daqui pra frente vai um texto para os que pensam em alternar o uso do Windows pelo Linux, e talvéz até fazê-lo de forma definitiva. Esta é quase sempre a questão envolvida àqueles que pensam em utilizar o gEDA, portanto voltemeia é bom dar a receitinha, baseada em fatos reais. eheh.

O que no início era uma tentativa desesperada por não utilizar softwares piratas em minha empresa, hoje.. ah! Nem que me dê as licenças de Windows, Acell e talz, acabo não usando. Me sinto nu quando por algum motivo tenho que levantar a minha máquina em Windows, quase sempre o faço sem ativar a placa de rede, por medo das incontáveis inseguranças. E nunca mais soube oque era vírus na vida. Nem ter que reinstalar o sistema semestralmente (na melhor sorte!) nem ter que pensar se amanhã terei a amável visita da BSA, um oficial de justiça e meia dúzia de caras armados em minha empresa, como ocorreu com amigos aqui. Quando eles vêm, é cano na fuça mesmo... é sem massagem, mano!

No início foi um parto acostumar com o ambiente Linux, e depois, procurar ferramentas para outras necessidade, afinal não faço só diagramas e PCBs com o micro. Mas com o tempo vieram o OpenOffice, OpenOffice.br, compiladores e simuladores para PIC. Os browsers melhoraram muito sua compatibilidade, softwares como o evolution me fazem esquecer de vez o OutLook. Outras ferramentas de escritório, CAD mecânico, ferramentas de edição de documentações técnicas...

Antes eu até usava o Wine (implementação de widgets windows no Linux) para rodar o MPLAB-IDE, da Microchip para desenvolver em PIC. Abandonei WINE com o uso de compiladores nativos, concordo que não tenho um IDE, mas me viro. Ao menos compila em 1/8 do tempo.

E hoje! Vejo o contrário. Com a adesão do desenvolvimento em ARM, vejo as pessoas usando ferramentas nativas em ambiente posix rodando sobre simuladores deste ambiente sobre Windwos, como rodar o compilador GCC no Cygwin... Ah! Enquanto nós, usuários de Linux estamos em casa! Usando o gcc em seu ambiente nativo. Com todos os recursos do gDEBUG, e um pacotinho maravilhos de IDE feito em Java.

Antes eu não chegava à audácia de dizer a alguém, large o Windows, use LInux. Mas hoje... sou um fã doentio e digo que não entendo nenhuma empresa usando o Windows para qualquer aplicação que seja! Em especial escritórios com softwares cotidianos de secretária, ou até Checkouts de mercado! Acho improfissional e inseguro. Windows pra mim? Videogame. Isso: é uma coisa boa pra Counter Strike...  e só. Se bem que descobri o Enemy Territory (Multiplataforma, tam pra Linux), e nem pra CS mais vou por alí, afinal, eu teria que conectá-lo à internet... e isso é dose!

Enfim... a quem quiser, dou toda a ajuda que puder dar por email. E até por telefone se tiver um tempo.
Como sugestão inicial: Kurumin... é legal e todo em português... Roda do CD para testar sem instalar no HD. Tem problemas com atualização, o negócio é sempre ter uma partição /home separada e sempre instalar o Kurumin mais moderno invés de atualizar um velho. Mas é legal pra quem começa, muito inteligente, fácil de aprender e com ótima adesão e suporte pela comunidade.

Também sugiro o Mandriva, fusão da Francesa Mandrake com a brasileira Conectiva. Está praticamente à prova de idiota, mas recomendo a versão paga mesmo,  é baratinho e instala em quantas máquinas quiser. E daí tem algum suporte.

Pessoalmente uso o Debian. Para quem acostuma com Linux, é uma distribuição bem adotada pelo comunidade desenvolvedora em geral e muito organizada.

Dica:
Rache teu HD em algumas partições:
Sugiro 2 pra Windows, uma para a instalação e outra para seus arquivos pessoais. Assim quando reinstala não os perde.
3 partições para Linux, sendo 1 para Swap (memória virutal do Linux), 1 para a instalação em si, e 1 para o "home" pasta de arquivos pessoais.
Pode ter uma quarta para instalar outra versão alternativa de Linux. Eu por exemplo tenho o XP, o Kurumin e o Debian instalados. Instalando nessa ordem o Grub do Debian por final fica na Master Boot Record (MBR) e te provê um menu para selecionar o que deseja levantar.

Recomendo separar em 2 HDs, Assim toda vez que tiver que reinstalar o Windows (corriqueiro) não tem que recuperar o Grub na MBR.
É funçao desta lista auxiliar a quem pretende iniciar, dado que é parte do fato de usar o gEDA.

O comer, o coçar e o usar Linux, vêm do começar!


Se alguem puder me dar uma receitinha de bolo de como gerar os gerbers a
partir do TANGO eu também agradeço muito...


Passo a bola pro Emersom Cavalcante... tenha só um pouco de paciência, ele às vezes demora a ler os emails... ehehe


[s]

Marcos Eduardo da Silva
medasilva@xxxxxxxxxx
Desenvolvimento de produtos.